Júlio
César de Souza Fonseca, natural de Santo Ângelo-RS, nascido em
13 de dezembro de 1950, filho de José Fonseca e de Valquíria de
Souza Fonseca, viveu pequena parte de sua vida em Porto Alegre,
onde seu pai, Capitão do Exército, serviu por alguns anos.
No
Rio de Janeiro, para onde a família (pai, mãe e irmã) se
transferiu em 1957, concluiu o primeiro grau e, em 1968 ingressou
na EPCAR como Pré-Cadete 68-357 Fonseca. Vibrador
com o militarismo e grande entusiasta dos esportes, se adaptou com
facilidade à vida militar e com dedicação e grande espírito de
companheirismo, logo se destacou como líder dentro de sua turma.
Na
Escola participou de diversas atividades esportivas, tendo se
destacado como atleta da equipe de basquete da EPCAR, que
teve brilhante participação nas competições da NAE, nos anos
de 1968 e 1969.
Decisão
de nível Ministerial impôs que se reduzisse o efetivo da escola
e a turma de 68, com 475 alunos, ultrapassava em muito o número
desejável de alunos para ocupar as instalações do 3º ano, nas
novas instalações do H-8. A temida Comissão de Bolsas (COMBOL),
entrou em ação e, através da adoção de uma série de
rigorosas medidas, diversos pré-cadetes foram desligados, entre
eles, o nosso especial companheiro.
Antes de ser uma medida que viesse
a trazer-lhe qualquer tipo de revolta, esse tropeço trouxe-lhe
mais força, garra e determinação, sem que perdesse o
incondicional amor a Força Aérea e a enorme saudade da EPCAR.
Como
toda família de classe média, formou-se, com muita luta, em
Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e, sem
esquecer dos amigos e a EPCAR, iniciou sua carreira
profissional. Após a sua saída, todos os anos, por ocasião do
aniversário da escola, sempre lá estava. Nunca faltou. Eterno
entusiasta de todas as reuniões da turma e também de outras
turmas, por muito tempo foi e elo de ligação entre os Ex-Alunos,
EPCAR e o pessoal que permaneceu na ativa.
Incansável
batalhador, sempre lutou pela criação da Associação dos
Ex-Alunos da EPCAR, hoje uma vitoriosa realidade, onde certamente
todos os alunos da nossa querida Escola se identificam. Quando
vemos, hoje os dizeres: “NÓS NÃO FALTAREMOS COM A VERDADE. NÓS
NÃO NOS APROPRIAREMOS INDEVIDAMENTE DE BENS ALHEIOS E NÃO
BUSCAREMOS OBTER VANTAGENS IMPRÓPRIAS, ASSIM COMO NÃO
ACEITAREMOS, ENTRE NÓS, QUEM ASSIM
PROCEDA.”
Não
podemos deixar de lembrar de alguém que tinha esses dizeres por
vocação. Sem jamais imaginar que um dia esses dizeres estariam
na escola, sempre acreditou que “NESTA ESCOLA NÃO SOMOS
EDUCADOS APENAS PARA SERMOS MILITARES, MAS PARA VENCERMOS NA VIDA.
ASSIM, APRENDEMOS O VALOR DAS COISAS E NÃO O SEU PREÇO”.
Ao
longo de sua carreira assumiu diversos cargos de responsabilidade,
sempre tendo à frente, como código de honra e sua carta de
apresentação o fato de ter sido aluno da EPCAR. Com essa
digna postura foi da diretoria do BANERJ, da Secretaria de Fazenda
do Município do Rio de Janeiro, da Secretaria de Fazenda do
Estado do Rio de Janeiro, Diretor Administrativo e Financeiro da
CERJ, bem como Chefe de Gabinete do Governo do Estado.
A
Providencia Divina quis que a passagem do Pré-Cadete 68-357
por essa vida fosse intensa e marcante, apesar de efêmera. Ainda
jovem, faleceu de câncer na tireóide, depois de oito longos e
sofridos anos de luta. Ainda em vida pediu, para que quando se
fosse, seu leito eterno fosse a EPCAR.
O guerreiro perdeu essa batalha que a todos nós levará. Mas, o
Pré-Cadete 68-357 não perdeu a guerra, deixou sua marca
corajosa e amiga dentro de todos nós. Deixou também seus três
filhos, hoje nossos filhos, para quem passou, por breve tempo,
todo esse amor e a nós, seus irmãos e amigos, a responsabilidade
de continuar a caminhada. Tão forte foi o seu amor pela Escola, tão
divino o seu pedido que Deus se fez ouvir e para sempre suas
cinzas, lá depositadas vão se eternizar.
Hoje
sob o monólito, localizado no Pátio da Bandeira (antigo Jardim
de Alah), estão as cinzas daquele que deu, ao longo de toda a sua
vida, a maior demonstração de amor à ESCOLA PREPARATÓRIA DE
CADETE DO AR.
ABEL
BRASIL PEDRO
68-114
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