ENATUR 68 – 201902 a 06 de outubro de 2019Nada tão agradável como poder narrar eventos marcantes em nossa vida. O ENATUR 68, de 2019, é um deles. Ao narrar, tem-se a sensação de ainda estar presenciando os momentos vividos. Embora tendo início agendado para o dia dois de outubro, o evento teve vários participantes que puderam se dar ao luxo de chegar dias antes – 29 de setembro – para desfrutar mais das belezas e atrações de Natal e periferia. Esse foi o caso de pelo menos seis casais saídos do Rio de Janeiro no dia vinte e nove de setembro, que chegaram juntos ao D Beach Resort Hotel no início da tarde: Barzilai e Rose, Elsio e Rose, João Batista e Eliane, Aleixo e Irinete, Temístocles e Helena e Santos Oliveira e Marta. Foram recepcionados pelos casais Fontenelle, Telles Ribeiro, Feijó e Vallini e ali mesmo receberam seus kits e almoçaram. O kit-brinde compunha-se de camisa, boné ou viseira, crachá, uma sacola com panfletos dando dicas de pontos turísticos de Natal, além de uma bela cesta cuidadosamente decorada, cheia de guloseimas e pinga da região. Encerradas no kit estavam um belo poema e uma significativa mensagem. PARA SEMPRE “EPCAR”
A mensagem, de autoria do Fontenelle, era a seguinte:
Prezados Amigos! Em nome dos companheiros que moram em Natal, quero saudá-los, desejando-lhes boas-vindas e plena felicidade neste instante mágico, quando, juntamente com nossos familiares, teremos oportunidade de revivermos parte de um tempo que a saudade não deixou apagar. O inesquecível Pré-cadete 68-114 Brasil, em seus escritos, afirmava: “O conteúdo moral é a maior herança que a geração de 68 deixa para um país cada vez mais governado pela falta de memória e pela ausência de ética. Assim como nossos sonhos e nossa amizade, o ano de 1968, para nós, jamais terminará!” Sempre Juntos! Henrique Raymundo Dyott Fontenelle Sobrinho - 68-356 E chega o dia dois de outubro, quarta-feira – dia de abertura do evento – com muita gente ainda se apresentando “em cima da pinta”. À noite, o esperado jantar de recepção, com uma bela decoração por parte do bufê e gentis palavras de boas-vindas do Fontenelle – nosso querido Fonfon. Num discurso breve ele delineou o que iria acontecer nos próximos dias, enfatizando a importância do uso da camisa, do boné e do crachá de identificação no dia de visita à Ala 10 - Base Aérea de Natal – em Parnamirim. No mais, o que rolou nessa noite pelas várias mesas do recinto e numa pequena parte do salão foi muita alegria, descontração, música ao vivo e dança pelos mais chegados... No dia três de outubro, quinta-feira, a manhã e a tarde ficaram livres para badalação pela cidade e cercanias. Pequenos grupos se formaram para as mais diversas atrações. As praias foram as mais escolhidas. À noite, alguns de nós estiveram no Restaurante A Cozinharia, onde coincidentemente a Comissão Organizadora já havia feito uma reserva para homenagear o gentil casal Fontenelle, não só por ter cedido sua residência para as reuniões que se fizeram necessárias, mas também pelos esforços do casal em todas as ações, desde o início da organização do evento. Cabe dizer ainda, segundo informações colhidas, que em cada dia de reunião na casa do casal foi servida uma iguaria especial (E eu perdi essas reuniões, poxa vida!). Na verdade, nesse restaurante, foi um jantar dançante com um trio de primeira qualidade tocando Jazz o tempo todo. Tudo de muito bom gosto! O momento serviu, ainda, para a entrega de duas lembranças por parte da Comissão; uma à Zélia, que recebeu uma bela bolsa; outra ao Fontenelle, que recebeu uma carteira para guardar “seus dólares”! Sexta feira, dia 4, foi dia de visita à Ala 10 – Base Aérea de Natal – e também ao Centro de Lançamento da Barreira do Inferno. Ao chegarmos à Base Aérea fomos recebidos pelo BRIGADEIRO Marcelo Fornasiari RIVERO – Comandante da Ala 10 – que nos conduziu até o prédio do Grupo de Apoio – GAP/NT – à frente do qual houve formatura e desfile da tropa para as ‘nossas’ autoridades, e, por extensão, para a Turma SEMPRE JUNTOS! Antes do desfile, porém, o Comandante proferiu um breve discurso registrando o reconhecimento àqueles que o antecederam e que participaram da construção de uma grande Força Aérea. Dá-se então o hasteamento da Bandeira Nacional ao som do Hino Nacional, e em seguida o desfile. Terminado o ato cívico seguimos até o final da alameda onde se deu o desfile. Lá posamos, em grupo, junto à placa comemorativa alusiva aos 40 anos da Turma de 71 do CFPM. A placa é datada 1971 – 2011 e contém o nome de todos os que ingressaram naquele Curso em 71. Tudo era festa! Todo mundo querendo fotografar seu nome perpetuado na história do CFPM e da FAB. Seguimos para o Auditório Navy. Nele, o Brig Rivero manifestou mais uma vez a sua satisfação em receber de volta àquela Organização Militar uma das poucas Turmas que tiveram o privilégio de ali fazerem o Curso de Formação de Pilotos Militares. Prosseguiu fazendo uma explanação sobre o funcionamento da Ala 10. Ao terminar, passou a palavra ao nosso Brigadeiro Fontenelle. Embora subindo no palco primeiro, Fontenelle cedeu a palavra ao (também nosso) Major Brigadeiro Telles Ribeiro. O Telles, levando em consideração a importância daquele momento mágico para todos nós ali presentes, preferiu não improvisar. Ao invés disso, leu para nós o que havia escrito. Eis a sua mensagem: Campo Parnamirim, em 4 de outubro de 2019. Senhoras e senhores, Bom dia! Inicialmente, quero agradecer a gentileza que me está sendo concedida pelos companheiros de Turma, ao permitirem que, em seus nomes, eu possa agradecer esta agradável acolhida oferecida, no Campo Parnamirim, pela Força Aérea Brasileira, aqui representada pelo Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari RIVERO. Neste momento, gostaria de lembrar o nosso primeiro encontro, naquela manhã cinzenta de carnaval, em Barbacena, no ano de 1968. Éramos 475 jovens sonhadores, oriundos dos diferentes rincões de nosso Brasil, quando, em um espaço, creio, de magia, prometemos buscar o caminho das estrelas sempre juntos. De lá para cá, 18.843 sóis ajudaram iluminar a nossa caminhada. Neste mister, observamos por trás de cada atitude de nossa gente um clima emocional. Alguma coisa que o dinheiro não compra. Algo que, transcendendo a matéria, se enraizou em seus espíritos. Algo de grande. Algo que justifica os sacrifícios e não se mede e nem se troca por moeda. O serviço à Pátria? O eterno desafio? A consciência do cumprimento do dever? O levar a missão a termo? Por heroísmo? Valentia? Por compromisso legal apenas? Por um juramento à sombra da bandeira? Por alguma regalia extemporânea? Por perspectiva de um dia melhorar? Acredito que por tudo isso um pouco, mas, sobre tudo pela Fé. E, primordialmente, por uma matéria prima muito escassa nos dias de hoje, um agente poderosíssimo, capaz de inflamar corações e dirigir esforços: o idealismo. E o que seria da humanidade se não fossem os idealistas? A história não fala dos usuários, dos mercadores e dos mercenários, a não ser para servirem como exemplo do mal. A história conta feitos e reverência aos idealistas. Aqueles que deram suas vidas por suas convicções, quer no sentido exato do termo, quer em sua dedicação diuturna. E os vendo aqui em frente, atentos, pacientes, sinto-me orgulhoso e feliz porque sou, também, um idealista, engajado e comprometido com o meu país. Afirmo ser maravilhoso este sentimento de chegarmos a esta agradável etapa da vida com a consciência do dever cumprido e receber a admiração das pessoas que amamos e ouvir o nosso nome com orgulho. Orgulho de ser um vencedor que não abriu mão dos seus valores fundamentais. E, assim, diante da verdade, trago o pensamento mostrado pelo nosso estimado amigo Brasil (68 114), por ocasião das comemorações de nossos quarenta anos, quando ele nos disse: "O conteúdo moral é a maior herança que a nossa geração de 68 pode deixar para um país cada vez mais governado pela falta de memória e pela ausência de ética”. Senhoras e senhores, por tudo que representam, quero agradecer-lhes pelo exemplo e pela oportunidade que me deram de, neste momento, expressar essas ideias. Brindemos a Força Aérea Brasileira! Sempre Juntos! Fontenelle retoma a palavra e convida o Comandante da Ala 10 a subir novamente ao palco para lhe fazer entrega do mesmo kit que cada um de nós recebeu. O Brig Rivero agradece e de imediato coloca o boné comemorativo na cabeça. Uma placa como forma de agradecimento também foi entregue ao Comandante pelo Telles Ribeiro. Nela se lia: Ao Comando e demais componentes da Ala 10 os nossos mais sinceros agradecimentos pela hospitalidade, carinho, momentos de emoções e grandes alegrias que nos foram proporcionados por ocasião do nosso Encontro em Natal. Veteranos da EPCAR-68 “Sempre Juntos” Parnamirim, 04 de outubro de 2019. E antes de encerrar a atividade no auditório, Fontenelle convidou ao palco um Instrutor do antigo CFPM, ali presente, para narrar um fato hilário. Tipo de história que pode ser tranquilamente rotulada como “História de Caserna” e que, por isso, merece ser contada aos que não estiveram lá. Tendo sido convidado a subir ao palco para nos narrar uma história, contou-nos o (hoje) Brigadeiro do Ar MACEDO – um dos tenentes instrutores de voo do CFPM na época – que um dos seus Cadetes, o Silva Filho (Para nós, simplesmente “Ressaquinha”!), tinha uma tremenda dificuldade em não deixar a aeronave entrar em parafuso logo após um ‘estol’. E o pior é que ao entrar em parafuso ele não conseguia estabilizar a aeronave; era sempre necessária a intervenção do instrutor. Depois de dias e dias de várias tentativas frustradas, o tenente saiu certa vez de casa rumo ao CFPM com uma ideia fixa: - hoje, se o Silva Filho entrar em parafuso, vai ter que sair... Os dois entram no avião, decolam e chega a hora da manobra. Não deu outra. Estol provocado, o avião entra em parafuso. Ressaquinha tenta, tenta, e tenta, mas não consegue estabilizar o avião. E ele vem perdendo altitude, perdendo altitude, perdendo altitude, até que o nosso Cadete, já em pânico, grita: “Tenente, nós vamos morreeeer!” Ao que o Tenente calmamente responde; “É, vamos...!” Depois de deixar o nosso Cadete continuar tentando mais um pouco, com a aeronave perdendo cada vez mais altitude, o Instrutor retoma a aeronave e finalmente aterrissam. Já no solo, em chão firme, sãos e salvos (Mas só Deus sabe como devia estar a parte traseira do macacão de voo do sobrevivente em questão), o Instrutor faz o Ressaquinha ajoelhar, entrega-lhe uma vela acesa para ser segurada com as duas mãos, e o faz rezar pelas duas almas salvas. O fato de ter o Ressaquinha ali no palco reproduzindo a cena, de joelhos diante do antigo Instrutor, provocou muitas gargalhadas no público que acompanhava a história... No final, Ressaquinha levantou-se e agradeceu ao seu velho Instrutor por tê-lo cortado da Aviação, dando-lhe, em vez disso, a oportunidade de se tornar o que é hoje - um Engenheiro Eletricista. (Causos da Aeronáutica!) É dada por encerrada a atividade no auditório. Rumamos para o prédio do Esquadrão Rumba, onde numa das salas se vê a Galeria dos Comandantes, dela fazendo parte o então Maj Av Gerson da Cunha Lobo – nosso 68-080 Lobo – que comandou aquele Esquadrão de janeiro de 86 a janeiro de 88. Ao sair do prédio do Esquadrão seguimos para o Clube de Oficiais da Força Aérea de Natal – COFAN – onde almoçamos. Faltava a visita ao Centro de Lançamento da Barreira do Inferno. Terminado o almoço rumamos para o Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas (CCEIT). Cabe mencionar que esse dia era feriado em Natal, mas que nem por isso o Capitão Hélio, da reserva e que trabalha naquele Centro, deixou de nos atender e dar explicações sobre o funcionamento daquela Unidade. Ele deu várias informações sobre o funcionamento do Centro e falou de alguns projetos. Após breves explicações ele nos conduziu ao local que deu origem ao nome “Barreira do Inferno”. O local é de um lindo visual. Ali fomos recebidos com lanche e registramos várias fotos. Como forma de agradecimento, em nome da Turma EPCAR-68 Fontenelle entregou ao Capitão uma pequena placa em estojo com os seguintes dizeres: À Direção e demais componentes do CLBI os nossos mais sinceros agradecimentos pela hospitalidade, carinho, momentos de emoções e grandes alegrias que nos foram proporcionados por ocasião do nosso Encontro em Natal. Veteranos da EPCAR-68. “Sempre Juntos” Parnamirim, 04 de outubro de 2019. Era o fim da jornada para aquele dia. E que dia!... Chega o sábado, dia 5, último dia do Encontro. O dia todo foi livre, pois ainda havia muito para se ver. Novamente, cada um fez o seu próprio programa. À noite, o Jantar de Despedida. Logo na entrada do recinto, propositalmente ou não, dois grandes passarinhos “azuis como a cor do manto de Nossa Senhora” – já diria nossa saudosa Isabelinha – indicavam “o caminho da festa.” Mais uma vez a comida esteve ótima, com iguarias para todos os gostos. Decoração das mesas do bufê de muito bom gosto. Tal como no Jantar de Boas-Vindas, houve música ao vivo e um espaço reservado para os que quisessem dançar. Nem o bolo comemorativo a Comissão Organizadora esqueceu. Enquanto o bate-papo rolava solto pelas mesas, de vez em quando o Fontenelle pegava o microfone para dar algum aviso. Num deles, foi dada a palavra ao Irber, que já visando o ENATUR-68 2020, trouxe uma proposta de realização do evento em Treze Tílias, Município localizado no Oeste Catarinense, com hospedagem no Treze Tílias Park Hotel – um Hotel Cervejaria (Hummm! Não vai prestar!...). Da mesma forma, a Rose, representando o Barzilai, veio com a proposta de fazermos um Cruzeiro de sete dias, de 05 a 12/12/2020, saindo da cidade de Santos rumo ao Nordeste, visitando as cidades de Búzios, Salvador, Ilhéus e Ilha Grande, com retorno a Santos. Trata-se de uma viagem no maior navio da frota MSC Cruzeiros – o MSC Grandiosa – que será lançado em novembro de 2019 e que virá para o Brasil pela primeira vez para a temporada de 2020. Ela divulgou toda a programação, bem como o preço do Cruzeiro, através do whatsapp do grupo ENATUR-68 2020. É só ler. Outras propostas, como realizarmos o evento em São José dos Campos (Gaspary); em Angra dos Reis (Moro), etc., vêm sendo votadas através do Whatsapp, Grupo ENATUR 68 – 2020. A proposta que obtiver mais votos será a escolhida. Irber deu prazo para que seja feita a votação. Acompanhem pelo Whatsapp. Terminados os anúncios do Irber e da Rose, Fonfon anunciou um sorteio de brindes. Muita gente foi sorteada, inclusive este que ora escreve, contemplado com uma garrafa de uísque Grand Old Parr 12 anos; nada mal!... A noite termina com uma grande quantidade de pessoas de mãos dadas em torno do enorme bolo, cantando “Amigos para Sempre”. A festa não poderia ter sido melhor e mais emocionante. Finalizando, em nome da Família EPCAR-68, seguem nossos parabéns e sinceros agradecimentos à Comissão Organizadora composta pelos casais Fontenelle e Zélia, Telles Ribeiro e Gorete, Feijó e Ana, Diniz Tereza, Valério e Sandra, Mauro “Curumim” e Neiri e De Paula e Zélia que deram um banho de organização, além de nos receberem da melhor forma possível para que nos sentíssemos em casa. E realmente essa foi a sensação. Os momentos a nós proporcionados por vocês durante a nossa estada em Natal não tem preço... Mas tem nota: Dez! Com o meu abraço a todos, Santos Oliveira Fotos: Os que chegaram antes... – https://photos.app.goo.gl/DAc7CyaKkEhUjN7RA Jantar de Boas-Vindas – https://photos.app.goo.gl/EPiAD5ubBbQeSyZq6 Desfile e Fotos do Grupão na Ala 10 – https://photos.app.goo.gl/vEhD9oGVNMWgLD3C7 Reunião no Auditório Navy – https://photos.app.goo.gl/AeJmT4gcSfmhtQ8R9 Visita ao Esquadrão Rumba - https://photos.app.goo.gl/WtushSRMr8kKFugh6 Almoço no COFAN – https://photos.app.goo.gl/MLg1owN1X24CgpR29 Centro de Lançamento da Barreira do Inferno – https://photos.app.goo.gl/Fat9DoEjLcwjWfYp9 Jantar de Encerramento – https://photos.app.goo.gl/GPy4zXhwoMnxy3TN9 |